Operações da PF estão drenando o cacife político de Josimar de Maranhãozinho Josimar de Maranhãozinho: seu bom humor pode desaparecer em pouco tempo
Por mais que ele esperneie, jure inocência e diga que está sendo perseguido por causa do seu projeto de disputar o Governo do Estado, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, o todo-poderoso chefe maior do PL e controlador de mais dois partidos no Maranhão (Patriotas e o Avante), está encrencado. A situação dele como político e empresário, que já era difícil, ficou mais complicada ontem, com a realização, pela Polícia Federal, de mais um desdobramento da operação “Ágio Fina”, colocada em prática em dezembro de 2020,. A PF busca elementos para sustentar a acusação de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, que pode ter desviado pelo menos R$ 15 milhões, recursos que deveriam ser aplicados em educação e saúde.
Independentemente do que esteja por trás das investigações – que envolvem também o deputado federal Pastor Gildenemyr (PL), integrante do grupo que o segue -, o fato é que a situação pessoal e política do parlamentar se complicou de vez com a operação de sexta feira , por meio da qual a PF garimpou novas provas em imóveis do parlamentar, incluindo suas residências em São Luís e Brasília.
A PF tentou estender a operação “Ágio Final” ao seu gabinete na Câmara Federal, mas o Supremo Tribunal Federal não autorizou. Em meio a essa movimentação, há quem diga que se ele ficar sem mandato, sua vida vai virar de vez um inferno.
Controlador de um cacife político formado por três deputados federais (Pastor Gildenemyr [PL], Marreca Filho [Patriotas] e Júnior Lourenço [PL]), quatro deputados estaduais (Detinha, Vinícius Louro, Hélio Soares e Leonardo Sá, todos do PL), além de cerca de 40 prefeitos, entre eles Júlio Matos (PL), de São José de Ribamar, Josimar de Maranhãozinho sabe que, pelo menos nas eleições deste ano, o seu projeto de disputar o direito de morar e trabalhar no Palácio dos Leões está fora do seu alcance.
Tanto que a pesquisa mais recente o apontou atrás de do prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Agir36) e seriamente ameaçado por Simplício Araújo (Solidariedade). Isso significa dizer que ele não vence a eleição majoritária, e se revolver pagar para ver, há quase 100% de certeza de que ele ficará sem mandato. No meio político e fora dele há quem diga que capa protetora de um mandato federal, a sua doce vida de cacique festejado vai se tornar um purgatório a partir de janeiro.
No campo político, sua situação fica ainda mais complicada com o fato de que o PL é o partido do presidente Jair Bolsonaro, que diante da possibilidade concreta de ser surrado nas urnas, anda se esquivando de encrenca, afastando aliados “mal falados” de modo a tentar viabilizar sua candidatura à reeleição. Nesse contexto, Josimar de Maranhãozinho pode deixar de ser o “homem de ouro” do presidente do PL, o notório Waldemar da Costa Neto, para a condição de estorvo, o que coloca em risco todo o seu poder de fogo.